BOAS VINDAS

SEJAM BEM-VINDOS AO BLOG DA ESCOLA JOANA MARQUES BEZERRA.OBRIGADO PELA VISITA.

sábado, 28 de abril de 2012

E.E.F. PROFª JOANA MARQUES BEZERRA


Grêmio realiza blitz em prol do dia das mães




O grêmio da escola Joana Marques Bezerra realiza nesse dia 28 de abril uma blitz na CE 261, próximo a Praça da Liberdade, município de Icapuí, objetivando receber ajuda de condutores para a realização da festa que homenageará todas as mães da comunidade escolar e local. Os recursos recebidos serão aplicados na compra de objetos do lar que serão sorteados, bem como na aquisição de lanche para todas as mães que se fizerem presente ao evento. Vale ressaltar que para a realização da referida BLITZ, a direção da escola comunicou a Polícia Militar e Civil bem como solicitou intermediação do Cabo Teófilo, mediante ofício, junto a Polícia Rodoviária Estadual.

A referida escola estará realizando o evento em homenagem as mães da comunidade escolar e local no dia 11 de maio às 19h (7h da noite) na quadra da escola em Barreiras de Cima. Na oportunidade, os alunos estarão realizando apresentações, haverá sorteio de brindes e um lanche especialmente para as mães.

Vale lembrar que a escola espera contar com a ajuda de autoridades municipais, políticos, empresários, comerciantes e funcionários públicos que conhecem as necessidades de uma escola e compreendem a importância do evento para o fortalecimento da relação escola-comunidade. A colaboração pode ser financeira ou objetos do lar, pois toda doação será  destinada exclusivamente às mães de nossa comunidade. Aqui estão os nossos contatos: escolajoanamarques@yahoo.com.br /fone: (88) 92253226

Desde já, a escola agradece gentilmente a todos que estão colaborando e convida-os a prestigiarem o evento supramencionado.
A direção
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL


 Profº Antônio José

QUERO AQUI NESTE MOMENTO
PEDIR A SUA ATENÇÃO
PARA QUE ME OUÇA FALAR
NA TAL DA ALIMENTAÇÃO
QUE É FONTE DE ENERGIA
SEJA DE NOITE OU DE DIA,
PORÉM FALTA EDUCAÇÃO.

A CRIANÇA VAI À ESCOLA
COM DINHEIRO NA BOLSINHA
E LÁ NA HORA DO LANCHE
SAI NO PÁTIO BEM MANSINHA
ELA BUSCA SENSAÇÃO,
REFRIGERANTE LIMÃO,
UM PASTEL E UMA COXINHA.

TROCA UM PRATO DE SOPA
POR UMA BALA DE AÇÚCAR,
TROCA O MELÃO, A BANANA
POR SORVETE DA TIJUCA.
 O LEITE INTEGRAL
E O MINGAU DE CURAL
TROCA POR QUALQUER BOJUCA.

A MERENDA DA ESCOLA
ELA IGNORA E SE VAI
QUER COMPRAR UM CHOCOLATE
SEM PEDIR A MÃE E PAI
E AO CHEGAR A SUA CASA,
A MENTIRA CRIA ASA,
ELA ENTRA, MAS NÃO SAI.

ACONTECE QUE A DIETA
MUDA A NOSSA DIREÇÃO
O CORPO FICA SAUDÁVEL
E É BOM PRO CORAÇÃO
AS ARTÉRIAS AGRADECEM
OS ÓRGÃOS JÁ  NÃO PADECEM
POIS HÁ MUITA IRRIGAÇÃO.

ESTÁ MAIS DO QUE NA HORA
CUIDAR DA ALIMENTAÇÃO
ADQUIRIR NOVOS HÁBITOS
EM QUAQUER OCASIÃO
PREVENIR A OBESIDADE
COMENDO VARIEDADE
DO LITORAL AO SERTÃO.

E AGORA EU VOU EMBORA
MAS VOLTAREI OUTRO DIA
JÁ DEIXEI MINHA MENSAGEM
ERA TUDO QUE QUERIA
DIMINUA A GORDURA
NADA DE COMER FRITURA
NÃO MORRA POR TEIMOSIA.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

E.E.F.PROFª JOANA MARQUES BEZERRA
ANIVERSÁRIO COLETIVO
MÊS DE ABRIL

Profº Antônio José

A ESCOLA É UM LUGAR 
DE AMIZADE E AMOR
DE RESPEITO AO OUTRO SER
QUE TEM SEMPRE O SEU VALOR.
POR ISSO NA PRIMAVERA,
O FUNCIONÁRIO ESPERA,
O COLORIDO DA FLOR.

ANIVERSÁRIO COLETIVO
É UMA IDEIA DE GESTÃO
QUE PRIMA PELO SER HUMANO
DISPENSANDO-LHE ATENÇÃO,
BUSCANDO O COMPANHEIRISMO,
FECHANDO TODO ABISMO
E PROMOVENDO INTEGRAÇÃO.

A ESCOLA JOANA MARQUES
COM SUA NOVA DIREÇÃO
FAZ QUESTÃO DE POR EM PRÁTICA
MENTE, CORPO E CORAÇÃO
APOSTANDO NO DIFERENTE
CONSTRUINDO NO PRESENTE
PRA COLHER NOUTRA ESTAÇÃO.

E ASSIM FINAL DE MÊS
REÚNE-SE O COLETIVO
QUEM FAZ ANIVERSÁRIO
TEM ALI UM BOM MOTIVO
DE SER PARABENIZADO
E POR TODOS ABRAÇADO
EM CORES E AO VIVO.

COM ESSA AÇÃO  NA ESCOLA
O CORPO FUNCIONAL
RECEBE UMA HOMENAGEM
PRA LEVANTAR O ASTRAL
E ACREDITAR NA BELEZA,
DA VIDA COM SUTILEZA,
COMO NUNCA SE VIU IGUAL.

O POETA DAS BARREIRAS,
DAS PRAIAS E DOS COQUEIRAIS
SE DESPEDE NESSA HORA
COM ESSE CORDEL A MAIS,
MOSTRANDO PRA TODA GENTE,
UMA GESTÃO DIFERENTE,
COM SONHOS E IDEAIS.


quarta-feira, 25 de abril de 2012


Escola desenvolve projeto de estímulo à leitura em Minas

Quinta-feira, 19 de abril de 2012 - 11:41
Na escola de Muriaé, são desenvolvidos projetos para despertar o gosto pela leitura e pela literatura, enriquecer o vocabulário e melhorar a escrita dos alunos do ensino fundamental (foto: arquivo da escola)No início de cada ano letivo, a Escola Municipal Professora Elza Rogério escolhe um autor para ser estudado e homenageado por todas as turmas do ensino fundamental durante a realização do projeto Sarau Poético. O selecionado, este ano, é o poeta Vinícius de Moraes (1913-1980). Em 2011, foi a poetisa Cecília Meireles (1901-1964). A escola está localizada no município de Muriaé, na Zona da Mata mineira, a 300 quilômetros de Belo Horizonte.

De acordo com Vilma Assis Gomes, que dá aulas a alunos do terceiro ano do ensino fundamental, o projeto engloba a realização de diversas atividades, de acordo com a maturidade de cada classe. “Para finalizar, há apresentações de trabalhos de todas as turmas, envolvendo declamação de poesias, dramatizações e danças, dentre outras atividades”, explica a professora, que tem pós-graduação em letras — língua portuguesa e literatura brasileira. Com sete anos de magistério, seis dos quais na escola, ela já lecionou em outras unidades de ensino municipais e estaduais das áreas urbana e rural de Muriaé e do município vizinho de Miradouro.

Outro projeto de estímulo à leitura desenvolvido na escola é o Vai e Vem, criado para despertar o gosto pela leitura e pela literatura, enriquecer o vocabulário e melhorar a escrita. Inicialmente, quando começa o ano letivo, a diretoria da instituição distribui livros de literatura em cada turma, de acordo com a idade e o nível de escolaridade dos alunos. Segundo a diretora, Maria Helena de Andrade, nas turmas do primeiro ao quinto ano, as obras ficam guardadas em sala de aula, sob a responsabilidade dos professores; do sexto ao nono, ficam na biblioteca. Nos dois casos, às sextas-feiras, os estudantes podem escolher os livros que desejam ler. O controle é feito com o auxílio de um caderno, no qual são anotados os nomes dos estudantes e os títulos dos livros emprestados e devolvidos.

“Em geral, os livros são recolhidos na segunda-feira para a redistribuição na sexta-feira seguinte e, assim, dar sequência ao projeto”, explica a professora Vilma. Sempre que possível, os alunos participam de uma roda de apresentação dos livros lidos. “É nítida a empolgação dos alunos no momento da escolha dos títulos”, ressalta. “Um aluno sempre influencia outro colega.”

Vilma deixa claro que a intenção do projeto não é obrigar o aluno a ler, mas permitir que ele tenha contato com o mundo mágico dos livros e que, desse modo, descubra por si mesmo o prazer de ler.

Interesse — “Em minhas aulas de literatura, já faz parte da prática a ida à biblioteca onde funciona o projeto Vai e Vem”, revela Alessandra Braga Breder Peixoto, que leciona em turmas do sexto e do sétimo anos. Periodicamente, ela promove debates com os alunos para que todos possam comentar sobre as obras lidas. “A conversa desperta o interesse da turma pela leitura de um livro que o colega já leu”, relata. “Às vezes, acontece até uma disputa para ler o mesmo livro.”

Para Alessandra, é gratificante observar, nos estudantes que vivem uma realidade difícil, o contato e a leitura de livros de poesia, de invenções ou de aventura. “É bom saber que esse aluno dedicou seu tempo simplesmente à leitura. É o máximo”, diz a professora. Graduada em letras, ela está há 20 anos no magistério.

FONTE: http://portal.mec.gov.br

Por que brincar é importante para as crianças pequenas

Estudos, pesquisas e livros são boas fontes não só para compreender a relevância do brincar como também para proporcioná-lo às crianças. Mergulhe fundo neles!

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Ilustração Rogério Fernandes sobre fotografia de Omar Paixão
Brincar é importante para os pequenos e disso você tem certeza. Mas por quê? Sem essa resposta, fica difícil desenvolver um bom trabalho com as turmas de creche e de pré-escola, não é mesmo? Se essa inquietação faz parte do seu dia a dia, sinta-se convidado a estudar o tema. Ele rende pano para manga desde muito, muito tempo atrás. "Os primeiros questionamentos sobre o brincar não estavam relacionados a jogos, brinquedos e brincadeiras, mas focavam a cultura", diz Clélia Cortez, formadora do Instituto Avisa Lá, em São Paulo.

No fim do século 19, o psicólogo e filósofo francês Henri Wallon (1879-1962), o biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980) e o psicólogo bielo-russo Lev Vygotsky (1896-1934) buscavam compreender como os pequenos se relacionavam com o mundo e como produziam cultura. Até então, a concepção dominante era de que eles não faziam isso. "Investigando essa faceta do universo infantil, eles concluíram que boa parte da comunicação das crianças com o ambiente se dá por meio da brincadeira e que é dessa maneira que elas se expressam culturalmente", explica Clélia.

Wallon foi o primeiro a quebrar os paradigmas da época ao dizer que a aprendizagem não depende apenas do ensino de conteúdos: para que ela ocorra, são necessários afeto e movimento também. Ele afirmava que é preciso ficar atento aos interesses dos pequenos e deixá-los se deslocar livremente para que façam descobertas. Levando em conta que as escolas davam muita importância à inteligência e ao desempenho, propôs que considerassem o ser humano de modo integral. Isso significa introduzir na rotina atividades diversificadas, como jogos. Preocupado com o caráter utilitarista do ensino, Wallon pontuou que a diversão deve ter fins em si mesma, possibilitando às crianças o despertar de capacidades, como a articulação com os colegas, sem preocupações didáticas.

Já Piaget, focado no que os pequenos pensam sobre tempo, espaço e movimento, estudou como diferem as características do brincar de acordo com as faixas etárias. Ele descobriu que, enquanto os menores fazem descobertas com experimentações e atividades repetitivas, os maiores lidam com o desafio de compreender o outro e traçar regras comuns para as brincadeiras.

As pesquisas de Vygotsky apontaram que a produção de cultura depende de processos interpessoais. Ou seja, não cabe apenas ao desenvolvimento de um indivíduo, mas às relações dentro de um grupo. Por isso, destacou a importância do professor como mediador e responsável por ampliar o repertório cultural das crianças. Consciente de que elas se comunicam pelo brincar, Vygotsky considerou uma intervenção positiva a apresentação de novas brincadeiras e de instrumentos para enriquecê-las. Ele afirmava que um importante papel da escola é desenvolver a autonomia da turma. E, para ele, esse processo depende de intervenções que coloquem elementos desafiadores nas atividades, possibilitando aos pequenos desenvolver essa habilidade.

FONTE:  http://revistaescola.abril.com.br

terça-feira, 24 de abril de 2012


Edmir Perrotti: "Biblioteca não é depósito de livros"

Idealizador de redes de leitura em escolas diz que é função do educador ajudar os estudantes a processar as informações do acervo

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Edmir Perrotti. Foto: Gustavo Lourenção
Edmir Perrotti
Desafios como a criação do hábito da leitura entre crianças e adolescentes, as novidades tecnológicas, a ampliação do acesso ao ensino e a sofisticação do mercado editorial levaram o professor Edmir Perrotti a uma nova concepção de biblioteca escolar e de seu papel pedagógico.
Com formação em Biblioteconomia - área que combinou com seu interesse em Educação -, ele é docente da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, conselheiro do Ministério da Educação para a política de formação de leitores e autor de livros infantis.
Perrotti orientou a implantação de redes de bibliotecas inovadoras nas escolas municipais de São Bernardo do Campo, Diadema e Jaguariúna, no estado de São Paulo. Nessas estações de conhecimento, como ele prefere chamá-las, a aprendizagem é estimulada pela presença de suportes tecnológicos, como o computador e a televisão.

Em um ambiente que convida as crianças a descobrir e aprofundar o prazer da leitura, os livros convivem com outras linguagens, como a do teatro. "Assim trabalha-se o contato com as informações e também o processamento delas", diz. Ex-professor da Universidade de Bordeaux, na França, e de escolas de Ensino Fundamental no Brasil, além de editor e crítico literário, Perrotti concedeu a seguinte entrevista a NOVA ESCOLA. 

O que deve orientar a constituição de uma biblioteca escolar?
Edimir Perrotti Ela não pode restringir-se a um papel meramente didático-pedagógico, ou seja, o de dar apoio para o programa dos professores. Há um eixo educativo que a biblioteca tem de seguir, mas sua configuração deve extrapolar esse limite, porque o eixo cultural é igualmente essencial. Isso significa trazer autores para conversar, discutir livros, formar círculos de leitores, reunir grupos de crianças interessadas num personagem, num autor ou num tema. A biblioteca funciona como uma ponte entre o ambiente escolar e o mundo externo. 

De que modo se realiza essa abertura para fora da escola? 
Perrotti O responsável pela biblioteca tem o papel de articular programas com a biblioteca pública e fazer contato com a livraria mais próxima, além de estar atento à programação cultural da cidade. Há uma série de estratégias possíveis para inserir a criança num contexto letrado. A biblioteca precisa ter outra finalidade que não seja simplesmente a de um depósito de onde se retiram livros que depois são devolvidos. Nós não trabalhamos mais com a idéia de unidades isoladas. O ideal é formar redes, um conjunto de espaços que eu chamo de estações de conhecimento, cujo objetivo é a apropriação do saber pelas crianças. 

Qual é a necessidade das redes? 
Perrotti Com o atual excesso de informações e a multiplicação de suportes, nenhuma biblioteca dá conta de todas as áreas em profundidade, até porque não haveria recursos para isso. O trabalho tem de ser compartilhado com outras unidades da rede, por meio de mecanismos de busca informatizados. Por exemplo: a escola guarda um pequeno acervo inicial sobre arte, mas, se o interesse for por um conhecimento aprofundado, recorre-se a uma biblioteca especializada na área. Hoje não há mais condições de manter o antigo ideal de bibliotecas enciclopédicas, que abarcavam todas as áreas de conhecimento. 

Quem deve ser o responsável pela biblioteca? 
Perrotti Processar as informações e criar nexos entre elas é um ato educativo. O responsável, portanto, é um educador para a informação, que nós chamamos de infoeducador, um professor com especialização em processos documentais. Uma rede de bibliotecas tem uma plataforma de apoio técnico-especializado, que é a área do bibliotecário, um especialista em planejamento e organização da informação. Junto com ele trabalham os educadores, que são especialistas em processos de mediação de informação. Dar acesso ao acervo não basta para que o aluno saiba selecionar e processar informações e estabelecer vínculos entre elas. 

De que modo se estimula a autonomia numa biblioteca? 
Perrotti É preciso desenvolver programas para construir competências informacionais. Isso inclui desde ensinar a folhear um livro — para crianças bem pequenas — até manejar um computador. Antigamente imperava a idéia de que os adultos é que deveriam mexer nas máquinas e pegar os livros na estante. Hoje deve-se formar pessoas que tenham uma atitude desenvolvida, não só de curiosidade intelectual mas de domínio dos recursos de informação. Essa é uma questão essencial da nossa época. 

Por que a escola tem falhado em ensinar os alunos a processar informações? 
Perrotti Porque se acredita que basta escolarizar as crianças para formar leitores. De fato, a escola tem o papel de construir competências fundamentais para a leitura, mas isso não quer dizer formar atitude leitora. Hoje, o que distingue o leitor das elites do leitor das massas é que o primeiro tem um circuito de trocas. Ele participa do comércio simbólico da escrita, da produção à recepção: sabe o que é publicado, informa-se sobre os autores, encontra outros leitores etc. Já a criança da escola pública muitas vezes não tem livros em casa e só lê o que o professor pede. Ela não tem com quem comentar. Está sozinha nesse comércio das trocas simbólicas. 

Qual é o mínimo necessário para o funcionamento de uma biblioteca escolar? 
Perrotti Estou convencido de que é a pessoa que trabalha ali, mediando relações entre a criança, a informação e o espaço. Não precisa ser alguém superespecializado, mas que compreenda a função da escrita e da imagem e que saiba qual é a importância daquilo na vida das pessoas. Assim, a compra de livros seguirá um critério de escolha consciente. É claro que é bom construir um ambiente agradável e funcional, mas não é indispensável, porque a leitura não depende das instalações da biblioteca; ela se dá em qualquer lugar. 

Quem deve escolher o acervo? 
Perrotti Nós temos trabalhado um modelo em que a escolha é feita por todos os que participam dos processos de aprendizagem: professores, coordenadores, diretores e alunos. Formulários são colocados à disposição para que sejam feitas sugestões de compra. O infoeducador não só coleta esses dados como divulga, por meio dos quadros de aviso, as informações sobre lançamentos que saem na imprensa e na internet. Depois, ele vai analisar os pedidos, separá-los em categorias — livros importantes para os projetos em andamento, leituras de informação geral ou complementares etc. — e, com base nessas listas, a escolha é feita de acordo com os recursos disponíveis. 

Como comprometer o aluno com a organização e a manutenção da biblioteca? 
Perrotti Ele participa da escolha do acervo e também pode estar pessoalmente representado nele, por meio de livros que ele escreve e de documentos de sua passagem pela escola. Uma parte do acervo vem da indústria cultural e outra é produzida internamente, com documentos e relatos referentes à história da instituição. Formar um repertório de dados locais cria relações com as informações universais. 

Descreva a biblioteca escolar ideal. 
Perrotti É aquela que possui todo tipo de recurso informacional, do papel ao equipamento eletrônico. O espaço é construído especialmente para sua finalidade e de acordo com quem vai usar. Se o público majoritário é infantil, a disposição dos móveis e do acervo deve permitir que a criança se mova com autonomia. É preciso ser um local acolhedor, mas que empurre rumo à aventura, porque conhecer é sempre se deslocar. 

Por que se diz que os jovens não gostam de ler? 
Perrotti Os interesses mudam na passagem da infância para a adolescência e a leitura que era feita antes já não interessa tanto, mesmo porque cresce a concorrência de outras mídias. Essa é uma transição crítica e ainda não foram definidas ações específicas para promover a leitura nessa faixa etária. Os adolescentes identificam o livro com as tarefas da escola, que reforça essa percepção porque raramente sai da abordagem instrumental da leitura. E no âmbito social, entre os amigos, a leitura não está presente. Mesmo assim, essa fase é a das grandes paixões. Portanto, há um espaço enorme para promover a leitura entre os jovens. 

É possível formar leitores por meio de políticas públicas? 
Perrotti O problema é saber que caráter elas têm. Eu não concordo com estratégias que pretendam ensinar os alunos a gostar de ler. A função do poder público é criar ambientes que dêem condições de ler, tentar despertar as crianças para as potencialidades da escrita, prepará-las para as competências leitoras — enfim, providenciar para que seja constituída a trama que sustenta o ato de ler. Mas gostar de ler é questão de foro íntimo, não de políticas públicas. 

A escola deve obrigar um aluno a ler livros e freqüentar bibliotecas mesmo que ele não goste? 
Perrotti Não se pode deixar de perguntar por que esse aluno não gosta de ler. Ele teve uma relação negativa com a situação de aprendizagem? Ninguém lê em casa? Tem dificuldades de visão? Não domina o código? Não tem circuitos culturais a sua volta? Tudo isso pode e deve ser trabalhado. Agora, se ele teve apoio para experimentar a prática da leitura e prefere fazer outras coisas, não adianta forçar. É claro que não estou falando da leitura funcional, indispensável para a vida diária. Nesse caso, é obrigatório negociar com a criança o "não querer ler". 

É melhor ler literatura de má qualidade do que não ler nada? 
Perrotti A pergunta já supõe que de fato existe uma literatura de má qualidade. Há leitores que são capazes de voar longe com um suposto mau livro, assim como há muitos trabalhos escolares que se utilizam de grandes textos, mas sufocam o interesse de aprender. Por outro lado, não é possível deixar o gosto do leitor imperar sozinho. É fundamental operar mediações entre as crianças e uma literatura que tenha condições de produzir significações importantes. 

O uso do livro em sala de aula está em decadência? 
Perrotti Ele está aquém do que gostaríamos que fosse e também do que seria necessário. Mesmo assim, o livro está entrando nas escolas numa medida que não entrava, nem que seja por meio das distribuições feitas pelo Ministério da Educação e as secretarias estaduais e municipais. Há 50 anos nem sequer se sonhava com isso no Brasil. O problema maior é o de mau uso desses livros, com estratégias impositivas de leitura. Muitas vezes falta penetrar no avesso dos textos com as crianças e realmente mergulhar numa viagem de conhecimento, de imaginação. 

Até que ponto as bibliotecas levam ao hábito da leitura? 
Perrotti Eu participei de uma pesquisa feita com as crianças usuárias das redes de biblioteca que ajudei a implantar no estado de São Paulo. Queríamos saber se elas estão incorporando a leitura a sua prática de vida e não apenas como lição de casa. Qual é a constatação? Houve um grande avanço e as crianças se mostram muito mais familiarizadas com os livros, mas infelizmente ainda não usam as novas competências para trocas culturais. Por exemplo: não têm o hábito de comprar e emprestar livros. A prática escolar não se transferiu para a prática cultural. 

Há perspectiva de mudança para essa situação? 
Perrotti Eu vejo uma tendência de funcionalização. Os meios eletrônicos trouxeram, aparentemente, uma presença maior da escrita, mas o uso que se faz dela é cada vez mais abreviado. Vai-se transformando a língua no elemento mínimo para a transmissão da mensagem. Nós estamos a anos-luz de formar pessoas que, ao cabo do período de escolaridade, vão se relacionar com a escrita como uma ferramenta de conhecimento e de experiências estéticas, numa dimensão não pragmática. Restringir as ferramentas de linguagem a sua função utilitária é retirar de nós mesmos aquilo que nos humaniza — a capacidade de dizer de uma forma articulada. As novas bibliotecas têm de enfrentar essa questão. 

segunda-feira, 23 de abril de 2012

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Como usar as tecnologias a nosso favor?

 | InclusãoTecnologia
Jaqueline e Pedro
Olá, pessoal, estou aqui novamente para compartilhar com vocês minha mais recente experiência como professora… Há algumas semanas fui designada para trabalhar como professora de apoio em uma escola estadual no meu município, Caetanópolis. Vocês nem imaginam como estou feliz com este novo desafio! Está sendo um aprendizado diário desde que comecei. Totalmente diferente de qualquer experiência na Educação que já tive (sei que ainda é pequena), mas ser professora de apoio numa escola da rede estadual, estando numa turma de segundo ano do Ensino Médio, para quem estava acostumada a conviver diariamente com crianças na Educação Infantil… é mesmo emocionante! Difícil vai ser descrever tanta emoção.
Primeiro, vou começar pelo aluno, Pedro. É um aluno com deficiências múltiplas, por isso necessita de um professor de apoio dentro de sala com ele para auxiliá-lo. Possui limitações na fala e na locomoção, mas consegue escrever, ainda que lentamente. Também caminha utilizando o apoio de uma pessoa e uma bengala de quatro pontas. Ele é muito inteligente! Fico admirada com sua capacidade de assimilar e realizar inferências. Não é um aluno que está na escola regular apenas porque usufrui de um direito seu, mas porque realmente consegue acompanhar a turma e tem demonstrado avanços durante este longo percurso.
Outra coisa legal é que estou tendo a oportunidade de aprender ou relembrar conteúdos que estudei há vários anos (me formei nesta mesma escola em 2000). Ao mesmo tempo que auxilio meu aluno, posso aprender junto com ele as matérias.
Sinto-me feliz em poder trabalhar ao lado daqueles que um dia foram meus professores. Fui muito bem recebida na escola, e é muito bom ser integrante de um grupo que há tanto tempo batalha por uma educação pública de qualidade. E o melhor é que estão dispostos a aprender como é que se faz essa “inclusão” de verdade. Ao chegar, percebi que alguns professores ainda não sabiam ao certo como lidar com o Pedro, por conhecerem pouco suas limitações e suas potencialidades. Mas creio que estamos a cada dia aprendendo com ele a como facilitar sua aprendizagem e sua interação com os colegas.
Estou em contato com jovens, cheios de vigor e dilemas, uma geração diferente da minha. Mais de dez anos se passaram e percebo claramente agora o que parecia uma discussão vaga na faculdade: a competitividade dos aparelhos eletrônicos com o professor. A era dos celulares e smartphones, das redes sociais e das mídias eletrônicas trouxe uma nova demanda de alunos e um novo desafio para a escola. Somos levados a repensar posturas, pensar em alternativas que tornem todo esse aparato tecnológico nossos aliados, e não inimigos da aprendizagem. Realidade difícil essa na escola pública, em que as tecnologias chegam lentamente… Diante disso, caros colegas, pergunto a vocês: como usar essas tecnologias ao nosso favor no nosso dia a dia?
Tenho usado com este meu aluno a tecnologia do computador e da internet para adaptar atividades para ele. Já realizamos juntos pesquisas na internet para um trabalho de Educação Física, sabiamente sugerido pela professora para procurarmos maneiras de inclusão nos esportes como vôlei, basquete, entre outros. Ele demonstrou ter gostado de usar o notebook e rapidamente aprendeu os comandos. Já soube pela mãe que nas horas vagas ele adora ver TV e jogar videogame. Vejo as tecnologias, para alunos como o Pedro, uma ajuda para realizar esta tão falada inclusão, às vezes tão distante da nossa realidade. Mas sei que não é tão fácil o acesso a elas em muitas escolas.
E então, colegas, será que há como dar aula da mesma maneira que há dez anos? Deixo vocês com essa pergunta… Até o próximo encontro!
Jaqueline

domingo, 22 de abril de 2012

COMO MANTER TODOS NA ESCOLA



É fácil culpar o aluno pelo abandono, mas o desafio de diminuir os índices de evasão exige que a escola repense suas práticas cotidianas

19/05/2010 17:48
Texto Rodrigo Ratier
Nova-Escola
Foto: MARCO DE BARI
Foto: Nenhum a menos: para atrair, a escola deve ser um local de acolhida e de aprendizado
Nenhum a menos: para atrair, a escola deve ser um local de acolhida e de aprendizado

Imagine por um instante o momento mais agudo da aula mais difícil. Meia dúzia de alunos dormem nas últimas fileiras. Um trio troca mensagens de celular. Dois meninos se estapeiam. Uma turma discute sobre futebol. Nas primeiras carteiras, só um pequeno e compassivo grupo se esforça para prestar atenção naquilo que você, aos berros, tenta dizer. Nessas horas, um pensamento emerge: "Gostaria de ensinar apenas para os que querem aprender. Quem não está a fim que saia. Será melhor assim!" 



Não será. O desafio de ser professor exige educar todos, sem exceção. O Brasil, por enquanto, está perdendo essa batalha. É verdade que os índices de acesso à Educação avançaram nas últimas três décadas (97,6% das crianças e dos adolescentes entre 7 e 14 anos estão na escola). Mas os indicadores de permanência - a taxa de abandono, que mostra os que não concluíram o ano letivo, e a de evasão, que aponta os que não se matricularam no ano seguinte - não caminharam no mesmo ritmo. Hoje, de cada 100 estudantes que ingressam no Ensino Fundamental, apenas 36 concluem o Ensino Médio.


Responsabilizar o aluno pelo abandono é a saída mais fácil. Na verdade, ele é o menos culpado. Pesquisas indicam que existem dois conjuntos de fatores que interferem no abandono escolar. O primeiro deles é o chamado risco social. Fatores como a condição socioeconômica e o lugar de residência podem aumentar a pressão para a desistência: com a necessidade de complementar a renda familiar, muitos jovens são atraídos pelo trabalho precoce e largam os livros.

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2007, apenas 21,8% dos adolescentes que têm ocupação continuam indo às aulas. Entretanto, os estudos mostram que a própria escola colabora para agravar a evasão. Os altos índices de repetência exercem um papel fortíssimo - longe de sua faixa etária original, o aluno se sente desmotivado a seguir aprendendo


A miopia para enxergar o problema atrapalha. Em geral, a interrupção dos estudos é o passo final de um processo que deixa sinais. O primeiro costuma ser o desinteresse em sala. Indisciplina e atos de violência também são comuns. Logo começam as faltas, cada vez mais frequentes. Por fim, a ausência definitiva. Também são recorrentes, sobretudo entre os jovens, as queixas de que a escola "não serve para nada"

Estudioso da relação entre os jovens e o saber, o pesquisador francês Bernard Charlot descobriu que a maioria só vê sentido em ir à escola para conseguir um diploma, poder ganhar dinheiro num emprego ou ter uma vida tranquila no futuro. Como predomina a ideia de um aprendizado sem sentido, muitos se desestimulam e desistem. O relatório Motivos da Evasão Escolar, da Fundação Getulio Vargas (FGV), aponta que o desinteresse é a causa principal da saída definitiva para adolescentes entre 15 e 17 anos


Fica claro que a escola precisa olhar para si própria. Do ponto de vista da gestão, uma providência essencial é atacar as causas da evasão. O acompanhamento eficiente da frequência - que também deve estar na pauta das reuniões pedagógicas - ajuda a mapear o problema e identificar os motivos das faltas. Dependendo da razão, é possível escolher a melhor forma de reverter o quadro: conversas com pais e alunos, visitas às famílias, aulas de reforço e campanhas internas e na comunidade.
Suspensões e expulsões são eficazes?

O tom deve ser de parceria e acolhimento, nunca de punição. Suspensões e expulsões podem ser rediscutidas. A ideia é simples: se a indisciplina é um dos caminhos que levam à evasão, não faz sentido punir o aluno impedindo que ele vá à escola. Em vez disso, é possível pensar em medidas que modifiquem a rotina do estudante, mas que o mantenham na instituição - estudar sozinho, com a obrigação de acompanhar o conteúdo, é uma alternativa.

Uma revisão curricular, sobretudo nas séries em que a evasão é maior (no fim do Ensino Fundamental e no Médio), parece inevitável. O projeto pedagógico precisa garantir que a escola não seja vista como uma obrigação, mas como um espaço de formação para a vida. Isso inclui, de um lado, diálogo com o universo dos jovens (refletindo, por exemplo, sobre o papel das novas tecnologias). De outro, um esforço para mostrar como conteúdos importantes, mas sem tanta aplicação direta (como boa parte dos tópicos da Matemática), são fundamentais para fazer avançar a capacidade intelectual. A mesma preocupação tem de estar presente em iniciativas de Educação em tempo integral ou no contraturno, que para serem efetivas devem estar articuladas com o projeto pedagógico da escola
Como garantir que os alunos estão aprendendo?

É necessário também arrumar o "lado de fora" dos muros, atacando o risco social. Em termos de políticas públicas, atrelar benefícios sociais como o Bolsa Família à frequência escolar funcionou, reduzindo na população atendida de 4,4 para 2,8% o total de crianças e jovens entre 7 e 14 anos fora da escola. Ampliar a ação pode dar bons resultados. Mas é preciso também garantir que esses alunos aprendam. Nesse sentido, uma boa sugestão é adicionar critérios que possam indicar se o estudante de fato avançou, aproveitando o direito a uma Educação de qualidade - e para todos