Escola desenvolve projeto de estímulo à leitura em Minas
Quinta-feira, 19 de abril de 2012 - 11:41
No
início de cada ano letivo, a Escola Municipal Professora Elza Rogério
escolhe um autor para ser estudado e homenageado por todas as turmas do
ensino fundamental durante a realização do projeto Sarau Poético. O
selecionado, este ano, é o poeta Vinícius de Moraes (1913-1980). Em
2011, foi a poetisa Cecília Meireles (1901-1964). A escola está
localizada no município de Muriaé, na Zona da Mata mineira, a 300
quilômetros de Belo Horizonte.
De acordo com Vilma Assis Gomes,
que dá aulas a alunos do terceiro ano do ensino fundamental, o projeto
engloba a realização de diversas atividades, de acordo com a maturidade
de cada classe. “Para finalizar, há apresentações de trabalhos de todas
as turmas, envolvendo declamação de poesias, dramatizações e danças,
dentre outras atividades”, explica a professora, que tem pós-graduação
em letras — língua portuguesa e literatura brasileira. Com sete anos de
magistério, seis dos quais na escola, ela já lecionou em outras unidades
de ensino municipais e estaduais das áreas urbana e rural de Muriaé e
do município vizinho de Miradouro.
Outro projeto de estímulo à
leitura desenvolvido na escola é o Vai e Vem, criado para despertar o
gosto pela leitura e pela literatura, enriquecer o vocabulário e
melhorar a escrita. Inicialmente, quando começa o ano letivo, a
diretoria da instituição distribui livros de literatura em cada turma,
de acordo com a idade e o nível de escolaridade dos alunos. Segundo a
diretora, Maria Helena de Andrade, nas turmas do primeiro ao quinto ano,
as obras ficam guardadas em sala de aula, sob a responsabilidade dos
professores; do sexto ao nono, ficam na biblioteca. Nos dois casos, às
sextas-feiras, os estudantes podem escolher os livros que desejam ler. O
controle é feito com o auxílio de um caderno, no qual são anotados os
nomes dos estudantes e os títulos dos livros emprestados e devolvidos.
“Em
geral, os livros são recolhidos na segunda-feira para a redistribuição
na sexta-feira seguinte e, assim, dar sequência ao projeto”, explica a
professora Vilma. Sempre que possível, os alunos participam de uma roda
de apresentação dos livros lidos. “É nítida a empolgação dos alunos no
momento da escolha dos títulos”, ressalta. “Um aluno sempre influencia
outro colega.”
Vilma deixa claro que a intenção do projeto não é
obrigar o aluno a ler, mas permitir que ele tenha contato com o mundo
mágico dos livros e que, desse modo, descubra por si mesmo o prazer de
ler.
Interesse — “Em minhas aulas de literatura,
já faz parte da prática a ida à biblioteca onde funciona o projeto Vai e
Vem”, revela Alessandra Braga Breder Peixoto, que leciona em turmas do
sexto e do sétimo anos. Periodicamente, ela promove debates com os
alunos para que todos possam comentar sobre as obras lidas. “A conversa
desperta o interesse da turma pela leitura de um livro que o colega já
leu”, relata. “Às vezes, acontece até uma disputa para ler o mesmo
livro.”
Para Alessandra, é gratificante observar, nos estudantes
que vivem uma realidade difícil, o contato e a leitura de livros de
poesia, de invenções ou de aventura. “É bom saber que esse aluno dedicou
seu tempo simplesmente à leitura. É o máximo”, diz a professora.
Graduada em letras, ela está há 20 anos no magistério.
FONTE: http://portal.mec.gov.br